A prestação de vários serviços de saúde para os cerca de 200 mil moradores do Vale do Paranhana está ameaçada pelo Governo do Estado. Com a previsão de um corte anual de mais de R$ 10 milhões de repasses de verbas para a região, que tem previsão para iniciarem já em setembro, os gestores dessas cidades já se preparam para um cenário catastrófico a partir do próximo mês, com o encerramento de vários serviços essenciais de saúde, como a realização de partos, cirurgias de urgência (geral e de traumatologia), cirurgias vasculares, de urologia e proctológicas, cirurgias ginecológicas, afetando ainda a referência em atendimento oncológico para toda a região.
Diante desta terrível perspectiva, prefeitos, secretários de saúde e diretores de hospitais do Paranhana estiveram reunidos na tarde desta sexta-feira, 13, na Prefeitura de Parobé, estudando os impactos que a revisão dos valores de repasses da área da saúde pactuados com o Governo do Estado terá sobre os serviços de saúde nestas cidades.
Essa revisão ocorreu por meio do programa Assistir, lançado pelo Estado no dia 3 deste mês, que altera o conceito de repasse de recursos estaduais às instituições hospitalares vinculadas ao SUS no Estado.
Segundo o prefeito de Parobé e presidente da Ampara, Diego Picucha, com a adoção de novos critérios de distribuição de incentivos hospitalares pelo governo do Estado, os hospitais da região serão impactados diretamente. “Se não revertermos de alguma forma essa nova sistemática de repactuação, somente em Parobé, no Hospital São Francisco de Assis, devemos ter uma queda de repasses por parte do Estado de cerca de R$ 500.000 ao mês, ocorrendo já a partir de setembro, somando cerca de seis milhões ao ano. Nosso hospital se verá obrigado a fechar as portas de sua ala obstetrícia e não teremos mais partos na cidade. Isso, será terrível para a nossa comunidade, sem contar que a nossa instituição é referência e atende gestantes de toda a região”, destaca Picucha.
Além de Picucha, os prefeitos de Igrejinha Leandro Horlle e de Taquara Sirlei Silveira, destacam que mais uma vez os municípios não foram chamados para participar da elaboração da proposta. “Ainda enfrentamos os impactos da pandemia no nosso sistema de saúde e seria desumano cortar ainda mais os parcos recursos que os municípios recebem do Estado para tratamentos de sua população, ainda mais neste momento tão delicado de recuperação da nossa saúde e de nossa economia. Os prejuízos que a redução de recursos acarretará aos usuários do SUS já será sentido no próximo mês, inviabilizando atendimentos à comunidade”, completou.
Durante a reunião, as equipes técnicas das cidades integrantes da Ampara reuniram dados preliminares e ficou definido que cada município irá compilar dados mais completos sobre os valores e cálculos relativos aos repasses, que serão apresentados por Picucha a secretária Estadual de Saúde Arita Bergmann, em reunião por vídeo que será realizada na tarde da terça-feira, 17.