No Rio Grande do Sul, assim como no Brasil, as mulheres são a maioria. Entre os cerca de 212 milhões de habitantes do país, 51,1% são mulheres no país, segundo o IBGE. Não bastasse a disparidade no mercado de trabalho, o sexo feminino ainda sofre com outro problema histórico: a violência contra mulher. O Dia Internacional da Mulher faz refletir que ainda há muito o que avançar em representatividade e respeito. Pensando nisso, a Secretaria de Trabalho e Assistência Social (Stas) lança, na próxima segunda-feira, 8 de março, o projeto RS TER – Mulheres Empreendedoras.
A iniciativa vai capacitar e oferecer ferramentas necessárias para o empreendedorismo feminino. Serão 1,5 mil vagas direcionadas às mulheres em todo o Estado para cursos de elaboração e desenvolvimento de planos de negócios, finanças, inovação, marketing e e-commerce. Além do desenvolvimento de ideias, projetos e empreendimentos sociais, tradicionais e culturais. O projeto, que faz parte do programa RS Trabalho, Emprego e Renda – RS TER, atenderá, preferencialmente, mulheres em situação de vulnerabilidade e risco social, estimulando o crescimento da participação da mulher como grande potencial transformador da sociedade na geração de trabalho e renda.
Para fundamentar o projeto, os técnicos da Stas fizeram uma análise do cenário empreendedor, que mostra que cerca de 9,3 milhões de mulheres estão à frente de negócios no Brasil, representando 34% dos “donos de negócio”, conforme o IBGE. No mesmo sentido, o Sebrae divulgou, em 2019, o Relatório Especial de Empreendedorismo Feminino no Brasil, apontando que 48% de MEIs (microempresário individual) são mulheres. Mesmo com o aumento de atividades empreendedoras femininas, muitos problemas persistem, como o rendimento financeiro menor para as mulheres e maior dificuldade para conseguir crédito. Além disso, as atividades foram drasticamente afetadas pela pandemia do coronavírus.
“É fundamental elaborar e desenvolver políticas públicas que estimulem o crescimento da participação da mulher como grande potencial transformador da sociedade. Precisamos combater as desigualdades históricas, hoje agravadas pela pandemia com a perda de emprego e renda e o aumento da violência doméstica e do feminicídio, especialmente entre as mulheres mais pobres. Cabe ao Estado fomentar ações e apoiar iniciativas que potencializem a reconhecida capacidade organizativa e solidária dessas mulheres, para que se fortaleçam e se cuidem mutuamente, como sempre tem sido nas infinitas adversidades que lhes caem sobre os ombros”, afirma a secretária de Trabalho e Assistência Social, Regina Becker.
Como vai funcionar
Durante o curso, as alunas vão entender a dinâmica do empreendedorismo, elaboração e desenvolvimento de planos de negócios, finanças, marketing e e-commece. Elas contarão, após o término do curso, com assessoramento e acompanhamento dos empreendimentos pelo prazo de seis meses.
O projeto vai fornecer instrução, assessoria e acompanhamento para a ampliação das habilidades empreendedoras, construção de bases para desenvolver competências necessárias para gerir empreendimentos, desenvolvimento de uma visão global, estímulo ao protagonismo empreendedor, identificação do posicionamento estratégico de cada negócio e seu portfólio de produtos, estímulo ao desenvolvimento das comunidades locais, caminhos para ampliar os postos de trabalho e diversificar a renda nos locais em que estão inseridos. O edital será lançado até o fim de março e selecionará uma organização da sociedade civil (OSC) para capacitar as mulheres.
Texto: Carolina Zeni/Ascom Stas
Edição: Marcelo Flach/Secom