A situação é complicada para milhares de pessoas que atuam na principal fonte econômica de Parobé. Durante a segunda reunião da Comissão Especial de Análise da Redução dos Postos de Trabalho, os vereadores receberam o presidente do Sindicato dos Sapateiros, João Pires, e do Sindicato dos Comerciários, Adair José da Silva.
Conforme dados preliminares entregues pela entidade que representa os trabalhadores da indústria do calçado, mais de 1.100 pessoas já foram demitidas das empresas do município.
Porém, como este cálculo não inclui aqueles que mantinham contatos temporários nas fábricas, este número pode chegar a quase 2.000 pessoas. “Há uma grande preocupação das empresas em não desligar nenhum funcionário, mas estamos acompanhando a chegada de um cenário muito delicado de demissões. Estamos trabalhando quase que 24 horas para atender estas pessoas”, comentou Pires.
Com estes números, o município deve sofrer um forte impacto negativo na economia e também na oferta de ações ligadas a assistência social. “Estamos muito preocupados com as consequências desta situação e de que forma o poder público poderá atender a demanda de pessoas que vão precisar de auxílio”, explicou o vereador que preside a comissão, Gilberto Gomes (Republicanos).
Uma das grandes preocupações é o fechamento das empresas terceirizadas, que representa uma parcela significativa na geração de empregos do município. “Nós aqui estamos falando de empresários que também precisam de ajuda, que necessitam de amparo e orientação para que não fechem suas portas”, destacou o vereador Dari da Silva (PL).
Além dos trabalhadores da indústria calçadista, os parlamentares também ouviram o representante dos comerciários. “Pela nossa estimativa, cerca de 30 funcionários do comércio foram demitidos. Ainda é uma parcela pequena, mas a expectativa é de que infelizmente este número venha a aumentar nas próximas semanas”, salientou o representante da categoria.
Na semana que vem a comissão dá continuidade ao recolhimento de dados para o mapeamento da crise causada pela pandemia do novo coronavírus. Ainda devem ser recebidos no legislativo os representantes da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e das imobiliárias.
Empresa terceirizadas lutam para se manter – Mesmo com a redução da produção de calçados, empresários buscam de todas as formas manter a equipe de trabalho. É o caso da fábrica João Atelier de Calçados, que diminui em 50% o número de funcionários. “Nós estamos sentindo diariamente as dificuldades, mas estamos otimistas de que isso vai passar, mesmo que demore”, afirma a empresária Elisângela Rosa dos Santos.
Todos os trabalhadores que seguiram na produção, seguem rigorosamente as medidas de proteção determinadas pelo decreto emitido pela Prefeitura Municipal. Uma das ações que o Legislativo deverá promover é auxiliar os micro e pequenos empreendedores para que tenham conhecimento das medidas provisórias do Governo Federal. “Vamos avaliar uma forma de ajudar os empresários e trabalhadores perante a esta situação caótica que estamos vivendo”, pontua a presidente do Legislativo, Maria Eliane Nunes (MDB).
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